Após dois anos de angústia e luta por justiça, Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá, viu o desfecho de um caso que chocou a cidade e expôs a crueldade das ações de facções criminosas. 

Na última sexta-feira (29), três integrantes de uma facção foram condenados por matar brutalmente os primos Thaynara Chrystini dos Santos Silva, de 20 anos, e Carlos Henrique da Silva Souza, também de 20.

Os jovens desapareceram em 5 de abril de 2022, após serem vistos pela última vez na parte externa de um ginásio poliesportivo, durante um evento escolar.

Segundo a Polícia Civil, o motivo do crime foi o fato de as vítimas terem feito um gesto de mão associado a uma facção rival.

Prisão e localização dos corpos: 

No dia 11 de maio daquele ano, após a prisão de um dos suspeitos, os corpos das vítimas foram localizados em uma cova rasa em uma região de mata, a 15 km da cidade. 

Os restos mortais estavam em avançado estado de decomposição.

Com a prisão do primeiro envolvido, outros dois suspeitos também foram detidos, revelando a frieza e a organização dos criminosos.

Julgamento em Barra do Bugres: 

Durante o julgamento, realizado na Comarca de Barra do Bugres, os réus receberam penas severas:

G.R.V.: 30 anos de prisão;

M.P.F.: 26 anos de prisão;

W.A.S.: 30 anos de prisão.

A decisão é um marco para a comunidade local, que clamava por justiça desde a descoberta dos corpos. "Foi um ato bárbaro e desumano. Esperamos que essas condenações sirvam de exemplo para que crimes assim nunca mais se repitam", afirmou um dos familiares das vítimas.

A Polícia Civil destacou o trabalho incansável dos investigadores, que reuniram provas decisivas para o desfecho do caso. "Cada dia dedicado a esse processo valeu a pena. Hoje entregamos à sociedade uma resposta à altura da gravidade desse crime", disse um dos delegados responsáveis.

O caso reacende o alerta sobre o impacto das facções criminosas em Mato Grosso e a necessidade de um combate firme às ações desses grupos.

A condenação dos envolvidos representa não apenas o encerramento de um caso, mas um alívio para os familiares de Thaynara e Carlos Henrique, que agora podem encontrar um pouco de paz após meses de dor e luta.