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Filho de prefeita eleita recorre contra juiz em caso de cassação por compra de votos em Barra do Bugres

Filho de prefeita eleita recorre contra juiz em caso de cassação por compra de votos em Barra do Bugres

Data de Publicação: 20 de novembro de 2024 20:00:00 O caso, denunciado pela coligação “Renovação com Experiência”, do candidato derrotado Luiz Sansão (Novo), envolve denúncias de que Cacá teria oferecido dinheiro e benefícios a eleitores em troca de apoio político à mãe | Redação: MT News Digital

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A defesa de Carlos Luiz Pereira Neto, conhecido como “Cacá” e filho da prefeita reeleita de Barra do Bugres (MT), Maria Azenilda Pereira (Republicanos), ingressou nesta terça-feira (19) com um recurso pedindo a suspeição do juiz Arom Olímpio Pereira.

O magistrado, da 13ª Zona Eleitoral, cassou o registro de candidatura de Azenilda e de seu vice, Arthur José Francisco Pereira, por acusação de compra de votos, tornando-os inelegíveis por oito anos e aplicando multa de R$ 200 mil.

O caso, denunciado pela coligação “Renovação com Experiência”, do candidato derrotado Luiz Sansão (Novo), envolve denúncias de que Cacá teria oferecido dinheiro e benefícios a eleitores em troca de apoio político à mãe. A ação também aponta que o marido da prefeita, Arnaldo Pereira, e a esposa do vice, Rosandria Cardoso da Silva, teriam prometido vantagens a eleitores para garantir votos.

Vínculos pessoais e suspeição do juiz

No recurso, o advogado Maurício Magalhães Faria Neto alega que há conflito de interesses devido a relações pessoais entre o juiz e pessoas ligadas à coligação opositora. A petição aponta que Mara Rejane Zanata Sansão, esposa de Luiz Sansão e gestora no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da comarca, tem vínculo direto com Arom Olímpio Pereira, diretor do fórum local. Além disso, o advogado que atuou no processo, Jorge Luiz Zanatta Piassa, é sobrinho de Mara, e outros parentes dela têm ligações profissionais e pessoais com o magistrado.

“Essas conexões configuram suspeição e comprometem a imparcialidade do magistrado, invalidando sua decisão e agravando os riscos de dano irreversível caso novas eleições sejam convocadas sem uma análise criteriosa do caso”, afirma a defesa.

O pedido requer a nulidade dos atos praticados por Arom Olímpio Pereira e a retomada do processo desde a fase de instrução, com a substituição do juiz.

Acusações de compra de votos

Na denúncia apresentada, a testemunha Luciana Viana da Silva afirmou ter recebido R$ 700 de Cacá e promessa de mais dinheiro em troca de voto na chapa da mãe. Ela também relatou ter sido procurada por Arnaldo Pereira e Rosandria Cardoso, que ofereceram benefícios, como a construção de um muro em sua casa e um emprego melhor.

Prints de mensagens atribuídas a Cacá, anexados à denúncia, mostram uma conversa em que Luciana cobra a diferença de R$ 300 após ter recebido R$ 700. Em resposta, o contato identificado como “Kaká Veterinário” confirma que entregaria o restante.

Impacto político e apelo à Justiça

Eleita com 51,88% dos votos, Azenilda Pereira enfrenta a possibilidade de novas eleições em Barra do Bugres, um cenário que intensifica a polarização política no município. Enquanto a defesa insiste na suspeição do juiz e na invalidade do processo, adversários defendem a necessidade de punição exemplar.

O caso segue em análise e promete desdobramentos cruciais para o cenário político local.

Imagem da Galeria Montagem MT News Digital - Reprodução
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